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[Ficha de Personagem] Roux de Sirene

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Mensagem por Roux de Sirene Qui Mar 26, 2015 12:07 am

Personagem

Nome: Beatrice Roux
Idade: 16
Sexo: Masculino
Signo: Aquário
Veste: Escama de Sirene



Aparência: Beatrice Roux, o francês comummente chamado apenas por Roux, é um jovem rapaz andrógino que possui aparência um tanto quanto ambígua. Com um cabelo rosa que vai até seus ombros, corpo fino e cintura espessa, realmente parece uma garota em todos os ângulos possíveis. Como não difere a si mesmo entre homem ou mulher de forma fixa, as vezes agindo de forma mesclada entre ambos os sexos, é comum o ver vestindo trajes femininos ou masculinos. Enormes olhos inexpressivos de cor vinho, pele tão branca quanto neve e lábios meio avermelhados são suas características faciais. Caso não esteja trajando escamas, suas vestes costumam se basear em um capote que cobre do seu pescoço até seus joelhos, marrom, com pele de lobo branco recheando a gola, os botões do capote são dourados, e tem alguns bolsos na parte interior do mesmo. Como o capote sempre está presente, o conteúdo no interior muda dependendo de se responde por homem, ou por mulher. Masculino, uma camisa azul marinho, cachecol branco e calças jeans negras fazem o trabalho, com seus pés cobertos por coturnos. Feminino, uma camisa preta de longas mangas que chegam até seus pulsos, porém não cobrindo seu estomago liso, como se fosse um TOP de mangas longas. Um short curto jeans cobre um pouco de suas pernas, e continua usando coturnos, só que em forma de bota feminina com um pequeno salto atrás. Sua estatura física mede os 1,68m, o quê significa que não é muito alto. Em condições climáticas frias, costuma também usar luvas em suas mãos finas.

É geralmente visto como um anjo à distância, além de ser bonito, pois permanece flutuando nas águas marinas batendo levemente as asas da escama de sirene, tocando belas melodias com sua flauta.



Psicológico: Como já constatado anteriormente, Roux não realmente costuma se definir entre masculino ou feminino, então responde como Ele ou Ela, além de referir a si mesmo como ambos também. Apesar de a maioria de seus sentimentos estarem mortos, alguns restam: O amor, a raiva, a lealdade, o medo. A felicidade e a tristeza se foram há muito tempo. Porém, sentimentos para Roux não necessariamente significam a mesma coisa para todos ao seu redor. Geralmente se mantem inexpressivo, mas quando tem algum sentimento, é extremo. Quando ama, seu amor é implacável, sua raiva é assustadora, sua lealdade é inabalável. Isso é fruto de sua infância, onde seus pais o criavam para ser um jovem perfeito, para qual os sentimentos não tem serventia, e somente as ações calculadas interessam. Assim, escondia seus sentimentos no fundo de sua alma. Com o tempo, iam se acumulando como pólvora em uma bomba, até que tudo explode de uma vez. É assim que funciona o coração quebrado e cinzento de Beatrice Roux. Devido à não ter amigos quando mais jovem, não sabe criar vínculos ou conversar corretamente, assim como não consegue captar segundas intenções ou mentiras, sendo ingênuo a maior parte do tempo. Sofre de certo grau de psicopatia e autismo, sendo uma pessoa muito difícil de lidar e chegando ao ponto de não possuir vontade própria ou desejos na vida. Devido à traumas, tem medo e as vezes ataques de pânico quando encontra alguém com olhos verdes.

Em suas experiências na vida, acabou compreendendo que a existência humana é algo fútil, frágil e sofredor, e assim carrega uma angústia pela sua própria alma. Quando uma divindade oceânica surge para lhe dar um motivo de viver, a mais forte lealdade de sua existência sofredora desabrocha em seu peito. Roux ama Poseidon. Uma palavra de Poseidon é a ordem absoluta no universo. Mesmo que fosse se suicidar.

Possui uma irritante mania de morder o lábio rosado, de conversar e interagir com coisas inanimadas, cantar cantigas bizarras em momentos inoportunos ou simplesmente entrar num estado de transe, onde fica sussurrando e cantarolando sem motivo especifico.

História: No principado de Mônaco, situado nas terras da França, uma criança nascia. A única memória de seu nascimento eram mãos frias o cobrindo, o manejando, o avaliando. Após o choro, olhos vinho se abriam para ver o mundo, fiapos de cabelo rosado estavam em sua cabeça.

Aquele francês se chamaria Beatrice Roux.

Foi crescendo, um pequenino jovem numa casa aconchegante não muito longe da costa francesa. O barulho do mar se tornou algo recorrente em seu dia a dia, a água salgada se chocando contra a rocha, a areia. Estava na sala, tentando esticar suas perninhas para se debruçar sobre a janela e olhar para fora. Queria ver o mar, sempre gostou do mar. Azul e bonito, parecia ter um gosto bom.

Sua mãe, Marceline Roux, era uma mulher bonita como ele, de cabelos da mesma cor dos seus e olhos ainda mais escuros, em um castanho mesclado em vinho. Com um belo vestido verde coberto por um avental, ela limpava as mãos no mesmo e se direcionava à Beatrice, o levantando e o girando em seu rosto.

- Pequeno, você vai acabar caindo e se machucando. Pare de subir aí. - Ela diz, colocando o jovem no chão para rolar pelo chão ou qualquer coisa que não quebrasse seu pescoço.

Com bloquinhos com letras, batia uns nos outros, e fazia algum tipo de melodia bem rudimentar, mas agradável, que o fazia dar pequenos risos. Sua mãe o observava, sorrindo juntamente.

Mais tarde, seu pai chegava.

Um homem de negócios, barba feita, cabelo grisalho, óculos escuros que cobriam olhos vinho iguais aos de Roux e um terno. Ao entrar pela porta, retirava sua gravata e perguntava onde estava a comida, como sempre fazia. Olhava para o garotinho com aquele olhar de desprezo. Lá estava o pivete, sentado, chupando o dedo e olhando para ele com uma cara de pastel. Há momentos atrás, sua mãe ouviu o barulho do carro, e então correu, guardando todos os brinquedos e coisas de Beatrice debaixo do sofá. Por algum motivo, sua mãe não queria que seu pai visse os brinquedos, mas era novo de mais pra questionar alguma coisa. Berrando insultos à mulher, ela aparece e lhe serve o jantar, sem nem ao menos trocarem palavras além de ordens do homem. Praticamente trabalhava de graça como empregada, pelo que era possível de se entender.

Os anos vão passando.

O jovem, um pouco maior, compreende o quê o olhar de desprezo de seu pai significava. Seus cabelos rosa estavam mais longos, e já tinha algumas feições mais maduras, mãos gentis, lábios rosados e um rosto fino. Suas rotinas eram as mesmas, tinha aulas particulares de pintura, aprendia a tocar flauta e piano, recebia instruções sobre a dança e os bons modos. Quando não era sua mãe o guiando, era seu pai.

Estranhamente, estava usando um vestido rosa com paternas brancas, e sapatilhas escuras. Não se sentia mal com aquilo, mas olhando pela janela, via que os garotos não se vestiam daquela forma. Quando perguntava à sua mãe, ela sempre o respondia que era um garoto, mas na frente do pai, referia-se a Beatrice como menina, e seu pai fazia o mesmo. Uma vez, perguntou à seu pai, e ele respondeu que Roux não era um garoto de forma alguma.

- Mas... Mamãe não acha que eu sou garota. - Diz o pequeno, com o olhar ingênuo em alguma esperança de receber palavras confortantes do pai. Recebeu foi silêncio. O homem então se levantou de forma brusca, correu até a cozinha e ouviu gritos de sua mãe. Correu, e lá ele a batia com força.

- Marceline. Bendito verme, cumpra seu trabalho e eduque essa criança direito. Você já implorou tanto para manter a vida dela, você sabe o quê acontecerá com vocês se não me agradar.
- Ele praticamente rosna em ameaça à mulher, que concorda com a cabeça, os hematomas já começavam a aparecer.

O garoto correu para puxar o pai, não queria ver seus pais se machucando dessa forma. Recebeu apenas um soco na cara, e sua mãe não se mexia nem um pouco para ajudar, apenas estava lá, sentada e chorando enquanto observava a cena. O pai se ajoelha perto do filho.

- Levante-se, Roux. Vá tratar do seu rosto, e depois vá estudar a língua inglesa e a francesa. - Disse em desgosto, se levantando e saindo de casa.

Teve que segurar as lagrimas, se chorasse poderia apanhar mais.

Os dias foram passando, as semanas, era sempre a mesma coisa. Aulas de pintura, música, classe. Não tinha um amigo sequer, nunca havia falado com alguém que não fosse sua mãe e seu inescrupuloso pai que dificilmente estava em casa. Ainda sim, era a única família que tinha, e os amava.

Um dia, seu pai encontrou os brinquedos que Marceline mantinha escondidos até hoje para o jovem brincar, e bateu muito na mulher. O jovem já não tinha mais reação olhando a mãe apanhando. "Era o amor do pai, por isso mamãe não reage." pensou a pequena pessoa para si mesmo. Apanhou também, e as marcas em seu corpo eram ocultas pelo vestido que vestia. Antigamente usava cueca, mas seu pai descobriu e forçou a mãe à o acostumar com calcinhas, então é o que tem para vestir.

Mais anos se passaram, e suas feições femininas cada vez mais se destacavam, seja no jeito ou na forma de falar, inclusive na aparência com sua cintura ficando mais grossa nas laterais. Sua mãe ia ficando mais velha, e seu pai também, mas a rotina nunca mudava.

- Então, chegou a época crucial de sua vida, pequena Roux. - Dizia seu pai.

Com mãos finas e capazes, Roux era capaz de criar bonitas obras com tinta, óleo, canetas, lápis. Foi tirado de casa pela primeira vez, e carregado por seu pai até uma mansão no alto de uma colina. Lá, muitas pessoas ricas transitavam, e o dono da mansão era um dos homens mais ricos de toda a Mônaco, e possivelmente da França. Vestido em um vestido branco com símbolos azuis, que representavam o mar e suas ondas, Roux andava de braços dados com seu pai, da maneira inexpressiva que sempre estava. Sorria para as pessoas, como seu pai o instruiu, e quando paravam pra cumprimentar alguém importante não abria a boca, somente curvava um pouco a cabeça, os joelhos e levantava a lateral esquerda do vestido, de maneira nobre.

Levado até uma sala privada, seu pai conversava com o dono, era um homem de barba negra e longa, meio careca e com roupas de grife. Uma mulher estava ao seu lado, e ela tinha um olhar que dava calafrios à Roux, mas não deixava transparecer. Cabelos longos e dourados como o sol.

- Coloque-a com as outras. - Falou o homem barbudo, e seu pai concordou com a cabeça.

- Outras? - Sua voz tímida quase saiu, mas colocou a mão na boca a tempo e saiu apenas como uma leve tossida, e logo foi ignorado. Chegou até uma salinha, atrás de algumas cortinas vermelhas e douradas, e abrindo uma porta recebeu um forte empurrão de seu pai. Quase caiu, mas foi segurado por alguém, e a porta se fechou atrás de si.

Extremamente confuso, Beatrice olhou os arredores e notou que estava com um grupo de meninas de mais ou menos sua idade. Uma garota de cabelos loiros o fitou com o olhar vinho, que lembrava muito o seu e de seu pai. Idêntico, na verdade.

- Qual seu nome? - Perguntou a loira à Roux.

Quase respondeu outra vez, mas se calou. Não podia deixar sua voz sair de sua garganta, seu pai dizia que poderia deixar transparecer seu verdadeiro sexo, e isso acarretaria em um espancamento perverso depois, tinha certeza. Não fazia isso por si mesmo, pois já mal sentia alguma coisa, mas sim por sua mãe. O amor de papai doía, tinha certeza.

Acenou com aqueles olhões vinho de maneira inexpressiva, e a loira suspirou se virando para uma ruiva.

- Parece que ela sofreu feito a Larriss. - Dizia, e ambas olhavam para uma terceira de cabelos cinzentos, olhos vinho e jogada no canto, murmurando para si mesma alguma coisa. Os olhos estavam inexpressivos. Parou pra reparar que todas as meninas naquele quarto tinham olhos idênticos aos seus, e isso era muito estranho. Ouvia barulhos do lado de fora do cômodo. Algo se aproximava.

Um estalo indicou que a porta estava sendo aberta, e apareceu por trás dela seu pai, junto de um segurança parrudo e de terno escuro. Sua boca se mexeu de forma automática, sem querer, pois estava confuso de mais para entender o quê se transpassava.

- Pai, o quê está acontecendo? - Perguntou Roux à seu pai, e antes de cobrir a boca em receio de apanhar, notou que as outras garotas falavam praticamente ao mesmo tempo de si, todas se referindo à ele como pai.

- Ei, papai, me deixa sair daqui. - Disse a ruiva, com aqueles olhos assustadoramente parecidos com o dele suplicando por alguma coisa.

- Eu não aguento mais ficar nesse quartinho, pai. - A loira cruzava os braços, irritada.

Um frio correu por sua espinha ao ouvir aquelas súplicas.

Dizendo alguma coisa e apontando para a menina de cabelos castanhos sentada na esquerda, o segurança entrou no quarto e a carregou sem muita classe. Quando começou a resistir, simplesmente a arrastou pelo pé, e a porta se fechou com mais violência do que antes. O estalo da fechadura novamente ecoava, trancando a saída.

Pensamentos confusos corriam por sua mente ao longo dos minutos que se seguiram. Não lembrava de ter irmãs, ou qualquer outra família além de sua mãe e pai. Por quê todas o chamavam daquela forma? Sentiu uma vontade estranha de chorar. Ouviram um grito abafado, os barulhos ficaram mais altos e a dupla voltou, mas nem sinal da garota que haviam carregado. Outro sinal da mão de seu pai, e mais uma garota fora carregada, agora a loira.

As restantes murmuravam, em desespero, e Roux tentava apenas se tranquilizar e não perder a postura. Depois receberia explicações, tinha certeza. Agora, a porta se abriu, e o olhar de desprezo de seu pai se virou contra o jovem francês travestido. Ele mesmo entrou e o puxou pelo cangote, o arrastando para fora.

No quarto anterior, com o barbudo e a mulher, um quadro foi posto em sua frente, aparatos de pintura lhe foram entregues e simplesmente empurraram o jovem à frente. A voz grossa de seu pai ecoava enquanto ele sentava perto dos nobres, com um olhar de curiosidade e nojo no rosto.

- Duque, este é a pequena Beatrice Roux, prole minha e de... Marceline Roux. - Parecia que quase não se lembrava do nome de sua mãe, o quê era muito estranho. A forma como falava lhe dava náusea, mas não podia demonstrar.

- É uma bela pequena, realmente. Comece! - Disse o barbudo. Roux olhou para o pincel e a clava de tintas em suas mãos e fez o quê sabia, pintou um belo quadro sobre a baía de Mônaco que o lembrava do barulho do mar colidindo com as rochas. Em seguida, fora entregue a opção de diversos instrumentos, então decidiu tocar uma versão improvisada de Clair de Lune em uma flauta. Logo depois, dançou com a mulher de cabelos cor-de-sol que havia visto antes de ser trancafiado na sala. Ela grudava seu corpo à ele estranhamente, aquela dança era próxima de mais para duas garotas. Depois, ficou somente largado no centro do local, enquanto a mulher voltava para os nobres. Parecia irritada e apontava para seu pai.

- Isso é um homem, maldito seja, Velasquez! - Rosnava a mulher, e todos se surpreendiam, até mesmo seu próprio pai.

- Como...? - Começou a questionar à si mesmo Roux, quando reparou que durante a dança em alguns momentos ela passou a coxa por entre suas pernas. Parecia que ela estava suspeita, ou talvez fizesse aquilo com todas pra verificar justamente isso, mas o problema é que seu pai desmentia fervorosamente.

- É uma garota, milady! - Disse, contendo desespero.

Um dos seguranças se aproximou, e Roux levou seus olhos vinho para ele. Recebeu, em troca, um chute entre as pernas, que o fez soluçar de dor e cair no chão cuspindo saliva.

- Acho que agora não restam duvidas. Se livrem disso. - Diz a mulher, enojada olhando para o jovem. A dor era tanta, até mesmo para alguém acostumado com a dor como ele. Olhou para seu pai, que se aproximava juntamente de vários seguranças, e achou que receberia um abraço mas apenas levou um chute que quase o desacordou.

Quando sua consciência voltou completamente, estava nos fundos da mansão. Seu pai passava um telefonema, e um segurança estava preparando uma faca, a polindo. Diversos sacos grandes e negros estavam jogados por aí, alguns estavam vazios, em outros era possível ver fiapos de cabelo ou pernas e braços esticando para fora. Cabelos castanhos. Ruivos. Loiros. Parece que tinha uma para ele também.

Deu um leve grito, e os dois seguranças que estavam por perto repararam. Um tentou o agarrar, mas Roux estava caído, então aproveitou pra engatinhar por baixo de suas pernas e ele caiu na terra. Outro se aproximava com uma faca, então o garoto cuspiu no rosto do agressor, o cegando, e correu o máximo que pode para dentro da floresta.

Correu, ouviu gritos o perseguindo, cachorros e homens. Tropeçou, rolou, rasgou uma porção de seu vestido, seus sapatos ficaram pelo caminho. Se machucou, se cortou, mas continuou correndo e caindo até sair nas vielas de Mônaco, onde ficou perdido pois não conhecia nada do caminho para casa. Usou sua memória do trajeto que seu pai fez para o levar até a mansão, e reparou que estava próximo. Caminhou até chegar em casa, e notou que a porta estava aberta. Estava de noite, e a lua brilhava no céu.

- Mãe.. Mãe! - Empurrou a porta aberta, e notou que homens estavam colocando gasolina num defunto, assim como nos móveis. Pareciam ser seguranças daquela mesma mansão, armados, e o corpo mutilado, quebrado e sendo coberto de gasolina era o de sua mãe, com as roupas rasgadas e sangue espalhado pelo local, detonado.

Gritou, se afastando e caindo para fora de casa. Um dos homens o notou e o perseguiu, o segurando pelos cabelos longos e rosa e o arrastando para dentro de casa, trancando a porta atrás de si. O jogou em cima do corpo sujo de gasolina da mãe, o sujando também como consequência.

- Vamos terminar com isso, então. - Disse o homem que acendia o isqueiro que estava no bolso. Um deles levanta a mão, sorrindo maliciosamente.

- Ei, é uma garotinha muito bonita essa daí. Não queima ela ainda não. - Um dos seis homens disse, e todos concordaram. Roux tentou se levantar, mas recebeu uma rasteira e caiu. Seguraram o jovem, rasgaram a parte de baixo restante de suas roupas, abaixaram sua calcinha e notaram que era um garoto. Um deles começou a rir, provocando o outro, que o deu um empurrão.

- O vexame que me fez passar, moleque. Dizendo que um homem é bonito. Você vai ver só agora, só de sacanagem. - Disse, abrindo o zíper de suas calças. Tentou revidar, deu um chute em alguém, mas foi segurado pelos outros e o homem o estuprou. Em seguida o outro, e todos os seis o estupraram, o largando semi-nu sobre o defunto da mãe, com uma expressão de terror no rosto morto. A sua parecia ainda mais morta do quê o dela, largado com saliva descendo sua boca imóvel e um olhar tão morto quanto o de um cemitério, mal tinha forças para se mover.

Colocando o restante da gasolina sobre os móveis que faltavam, todos saíram da casa enquanto um deles se virou para trás, o olhando com aqueles malditos olhos verdes que o lembrariam da agonia para o resto da vida.

- Adeus, puta. - E colocou fogo na porta, a fechando e se retirando do local.

A casa começou a se incendiar rapidamente, e Roux se arrastou da maneira que pode até o banheiro junto com o corpo de sua mãe, que ainda não havia sido pego pelas chamas apesar da gasolina. Derrubou a porta com a coluna, puxando sua mãe pelo cabelo. Pedaços do teto começavam a cair, então a jogou para dentro da banheira. Tentou ligar o chuveiro, mas obviamente não estava funcionando mais. Ideia de bosta. Não havia como se enfiar na privada, e o fogo se aproximava, precisava se esconder em algo molhado.

Gritou com fúria e se ajoelhou sobre sua mãe dentro da banheira, morta, e começou a chorar. Então notou a poça de sangue que ela estava formando abaixo de si. O brilho de seus olhos sumiu outra vez, seus dentes se cerraram e ele levantou a privada com toda a força que tinha. Então a arremessou na cabeça da mãe, a espatifando e explodindo sangue na banheira. Com um fragmento pontudo da cerâmica da privada, usou-o como faca para apunhalar e destruir o corpo de sua mãe, inundando cada vez mais a banheira de sangue. Era como uma lamina, basicamente, então sua mão também estava sendo cortada. Mas ele gritou, esmigalhou e mutilou sua mãe o mais rápido que pode enquanto chorava e logo a banheira havia se tornado uma piscina de sangue. Um pedaço do teto caiu e o enfiou para baixo, na banheira, sendo submergido pelo líquido vermelho e viscoso. Notou que já não tinha mais forças pra fazer nada, e desistiu, se afogando.

De alguma forma, acordou horas depois em outro lugar. Era um tipo de orfanato, e estava largado no chão. Parecia que um lapso temporal havia acontecido ou algo do tipo. Reparou que alguns dias já haviam se passado devido à seus hematomas, e então notou que estava com outras roupas, de menino. Ignorava as outras pessoas, e invadiu uma das salas que estava repleto de registros. Notou então que havia se passado um ano desde que estava naquele lugar, e aquilo era bizarro. Parece que estava em um estado catatônico ou vegetativo, como num autismo súbito.

As memórias voltavam para sua cabeça e ficou furioso, enquanto uma enxurrada de sentimentos corriam por seu corpo. Entrou gritando na cozinha, nem sabia como tinha em mente onde ficava a cozinha, mas não iria fazer perguntas, e pegou uma faca do balcão. Correu para fora e saiu pelas portas de madeira do orfanato, correndo pelas vielas de Mônaco rosnando e gritando. Um menino andrógino correndo com uma faca enquanto grita é certamente amedrontador, mas as pessoas não pareciam ligar pra ele.

Invadiu a mansão furtivamente, e foi matando os seguranças, um a um. Facadas sorrateiras no pescoço, com uma habilidade que julgava não pertencer à ele mesmo, uma força de vontade quase invisível se mesclava à seu ódio e desgosto enquanto ele cometia tais atos. O barulho do mar batendo nas rochas parecia mais forte, o dava forças.

Quebrou a porta dos fundos, adentrou na mansão e continuou a matança em série. Deu uma risada depois que enfiou a faca no saco do homem de olhos verdes que o estuprou, dando uma facada para cada vez que havia enfiado seu membro em seu corpo. Ele havia contado. Trinta e nove vezes.

Prosseguiu o trajeto até a sala, onde levou um tiro na mão. Pulou para cima do homem que o atirou e mordeu seu pescoço com toda a sua força, arrancando um pedaço do mesmo e o derrubando. Era o Duque, pelo visto, a julgar pela enorme barba. A mulher olhava do fundo da sala, tremendo e com medo.

- Faça o que quiser. Por favor. Mas não me mate! - Ela gaguejava de maneira insignificante, causando um sorriso gentil e psicopata no rosto de Roux.

- Então te darei do amor de papai. - Disse Beatrice, e se aproximou, enfiando a faca no seio da mulher. Com toda a sua força, foi puxando a faca até ambos os seios fartos da mesma esguicharem tanto sangue que pintaram seu rosto de vermelho, e ela parar de se mover. Ouviu um barulho no mesmo quarto que havia sido trancado uma vez e tirou o vestido cortado e sujo de sangue do defunto na sua frente, colocando em si mesmo. Se aproximou com a faca ensanguentada da porta, ouvia uns sussurros e grunhidos, e já sabia quem era. Quando foi abrir a porta, ela mesma se projetou na sua fuça e o derrubou, com seu pai saindo correndo feito um louco. Não sentindo o nariz mas ignorando a dor, Roux pegou a faca e correu atrás do mesmo, gritando.

- Volte aqui, pai! Deixe-me te amar também! Como você amou mamãe! - Falava, quase cantarolando e rosnando ao mesmo tempo o andrógino.

A perseguição durou um longo caminho até chegarem até próximos da baía e da praia de Mônaco, onde seu pai tropeçou e caiu na areia. Roux, inabalável, pulou para cima de seu pai fazendo o vestido balançar ao vento e enfiou a lamina em sua mão, o prendendo na areia molhada. A outra mão que estava livre, Roux usou suas duas para o sobrepujar em força e o manter fixo na areia. Estava sentado sobre seu colo, e quem olhasse aquela cena juraria que era um casal cometendo sacanagens ao ar livre.

- Por quê. Por quê? - Perguntou. Seu pai gemia de dor e o ignorava com aqueles olhos vinhos detestáveis, mas Beatrice mordeu sua testa e fez um filete de sangue escorrer em sua boca, o fazendo gritar.

- POR QUÊ?! - Gritou em fúria o transgênero.

- Quer saber o por quê, seu resto de aborto? Pois bem! Vai saber o maldito por quê! Sua mãe não era nada quando eu a peguei da rua! Ela, assim como outras, serviram apenas como barrigas de aluguel para minha semente! Eu sou um dos maiores artistas da França, e devo dar continuidade à minha linhagem no sucesso! Todos me conhecem por meus olhos, então eu não desistirei até encontrar alguma herdeira que me sirva. A Duquesa só fará o patrocínio, com a fortuna do Duque, se for uma menina. Por isso eu matava todos os meninos que nasciam, nenhum podia viver, ou seria o meu fim! Mas sua mãe suplicou tão pateticamente pela sua vida que eu o deixei crescer, como uma menina, é claro! Ela devia a mim tudo que tem no mundo, a tirei da sarjeta, dei casa, comida, abrigo. Mas você no fim das contas acabou não sendo bom o bastante, assim como todas as outras barrigas de aluguel! É apenas um verme asqueroso, uma puta sem valor, como sua mãe foi! - Roux observava e ouvia, a surpresa era pesada e nebulosa de mais. Então seu pai vivia fora pois tinha outras famílias, foi criado como garota apenas por egoísmo de seu pai, sua mãe apanhou e foi humilhada por anos pelo bem de seu filho, para somente ter um fim nojento. Quando não precisava mais, seu pai fez aquela ligação e executaram sua mãe e queimaram a casa. Assim como provavelmente fizeram com todas as garotas que havia visto antes.

No meio da confusão, seu pai o jogou para o lado, e ambos rolaram um sobre o outro. A faca ficou pelo caminho, escorregando da carne de sua mão e ficando na areia junto com um pedaço de sua pele ensanguentada. Agora, ambos caíram no mar, e Velasquez enforcava Roux com ambas as mãos, o mantendo abaixo da água. Quase se afogando, o jovem apertou com toda a força as partes intimas do pai, fazendo seu aperto no pescoço enfraquecer enquanto gemia de dor. Levantou sua mão e o segurou pelo cabelo, o puxando, e ambos adentrando no mar em uma tática suicida. Por algum motivo, estavam afundando ao invés de boiar, então ambos se consolidaram ao afogamento.

Seu pai foi primeiro, pois parou de se mexer. Já não tinha ar nem forças para fazer alguma coisa, e tudo ia ficando mais escuro enquanto caíam para o oceano...

Quando retomou a consciência, estava no fundo do mar. Porém, conseguia respirar de alguma forma absurda, e o defunto de seu pai já não estava em lugar algum ao longo da visão azul que lhe rodeava. Notou apenas uma voz o guiando.

- Roux. Siga. - Foi o quê conseguiu entender. Se levantou, cambaleante, com seus hematomas se curando lentamente. Aquele local o dava vigor, por algum motivo. Se lembrou de tudo o que havia acontecido, e outra avalanche de sentimentos o atingiu, mas a voz imponente apareceu ainda mais poderosa em sua mente.

- Venha até aqui, jovem. Agora! - Ouvia mais claramente dessa vez, e isso o tornou inexpressivo mais uma vez. Caminhou pela areia do fundo do mar, e chegou até um templo enorme com uma grande escadaria. Pelo que havia estudado, parecia ter algum tema do panteão da mitologia grega, mas pela forma que se situava era como um reino perdido. Subindo as escadas maciças, entrou no templo e foi guiado pela voz até uma sala com diversas armaduras brilhantes em um tom meio cobre alaranjado, uma delas parecia brilhar incessantemente.

- Sabe onde está? - Pergunta a voz, parece pertencer à algo de outro mundo, algo extra-dimensional. Acenou negativamente com a cabeça, semi-morto de expressões.

- Responda com a voz que tens na boca. - Diz aquela voz divina.

- Não sei. - Responde Roux.

Uma escama com asas, a que brilhava, começou a expandir sua luz e a flutuar até a sua frente, pousando de forma suave.

- Este é o Santuário Submarino. Eu te dei forças para se salvar daquele incêndio. Eu quem lhe joguei num orfanato até sair de seu estado vegetativo deplorável. Eu quem lhe entreguei aquele poder que usou para matar os seres humanos na montanha, eu quem o salvei do afogamento e eu quem o trouxe até aqui. - Fala de maneira imponente a voz.

- Quem é você? - Pergunta o jovem.

- Eu sou Poseidon, deus dos mares e terremotos, assim vocês me intitulam. Você perdeu sua vida para o oceano, junto com aquele homem. Agora, começa uma nova. De agora em diante sua alma me pertence, eu sou seu pai e seu líder.
- Diz, tamanho poder naquelas palavras que fariam qualquer ditador psicopata se ajoelhar em temor. Mas não Roux. Não era medo, sentia amor.

- Então... Você me ama? - O sorriso ingênuo aparece em seu rosto.

Como resposta, a armadura estranha feita de escamas se move, se despedaça e se gruda à seu corpo, o revestindo e o transformando em um tipo de guerreiro ou cavaleiro de algum tipo.

- Mas é claro. Pois eu sou o mar, e tudo neste planeta me pertence.
- Responde mais uma vez a voz de Poseidon. Tudo fazia sentido, a maneira como era puxado em direção ao mar desde mais novo. Tudo era um plano de vossa majestade. Aquela escama agora fazia parte de seu corpo. As asas se agitaram e ele se ajoelhou perante a direção da qual sentia a voz, com aquele olhar vazio de cor vinho, mas um sorriso amedrontador de um coração quebrado e de cabeça para baixo.

Alguns anos se passaram e o marina estava com o cabelo um pouco mais cortado, trajando sua armadura e alisando suavemente o Pilar do Atlântico Sul, uma grossa estrutura que se erguia até o céu. O céu, para um marina, significa o topo do oceano apenas, o resto não interessa. Começou a cantarolar e abraçou o pilar, de maneira inexpressiva. Sentia a necessidade de espalhar o amor de seu pai pelo mundo, o calor de Poseidon deveria ser sentido por todos.

E lá está ele, para garantir isso. Sangue descia por seus dedos enquanto pressionava a estrutura do pilar e o beijava, como se fosse alguém.
Roux de Sirene
Roux de Sirene
General Marina

Aquário Mensagens : 17
Data de inscrição : 25/03/2015
Idade : 28
Localização : Rio de Janeiro

Dados do Saint
Cosmo:
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HP:
[Ficha de Personagem] Roux de Sirene Left_bar_bleue1000/1000[Ficha de Personagem] Roux de Sirene 1fmZP  (1000/1000)
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[Ficha de Personagem] Roux de Sirene Empty Re: [Ficha de Personagem] Roux de Sirene

Mensagem por Kenshin Himura Qui Mar 26, 2015 9:41 am

Avaliação


Aparência: Fora razoavelmente bem descrita, mesmo podendo ter sido citado outros fatores quanto à tal. Embora já esteja à um bom padrão.

Psicológico: Bem descrito em certo ponto. Encontra-se plausível.

História: O que posso dizer? Me sentir em transe desfrutando do prazer de ler a mesma. Achei muito  boa a forma de como descreve seus acontecimentos, uma certa maestria em relação às palavras usadas. Procurei erros, todavia confesso que não achei mínimos. Realmente, o desenrolar desta fora algo meio "atípico" e bem interessante de se ler. O desfeche foi algo mais breve, não deixando de tirar toda a qualidade que notoriamente tens. 

Enfim, ficha devidamente aceita, bem-vindo!
Kenshin Himura
Kenshin Himura
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