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[Prólogo O1] ─ Pesadelos.

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Mensagem por Rosier de Garuda Sex Abr 10, 2015 4:39 pm

 

Do alto das planícies de Florença, a moça riu e voltou-se para ele, do outro lado da moldura da janela, chamando-o.
Ande, Rosier! Eu devia estar morando com um rapaz mais moço! o sorriso dela era mágico.
Ele tentou acompanha-la, mas suas pernas pesavam como se fossem feitas de pedra.
Esperepediu. ─ Por favor...
Sua cabeça latejava.
Rosier acordou sobressaltado.
Escuridão.  


     Ficou deitado um tempo enorme na maciez estrangeira da cama, incapaz de saber onde estava. Os travesseiros eram de plumas de ganso, imensos e maravilhosos. O ar cheirava a pot-pourri. Do outro lado do quarto, duas portas de vidro abriam-se para uma generosa sacada, onde uma brisa ligeira corria sob a lua vespertinamente encoberta pelas nuvens. Rosier tentou lembrar-se onde estava e como fora parar ali.
Farrapos de lembranças filtravam-se por sua consciência.

 Uma pira mística de fogo, um espectro celeste se materializando em meio à multidão, a palma leve apalpando a outra mão e levando-o pela noite afora, guiando seu corpo exausto e machucado através das ruas, dos vilarejos, levando-o para lá, para aquela casa, empurrando-o meio adormecido para uma ducha escaldante, levando-o para aquela cama e velando por ele enquanto ele adormecia como se desmaiasse.

    Na penumbra, Rosier enxergou uma segunda cama. Os lençóis estavam desarrumados, mas a cama estava vazia. De um dos aposentos ao lado, ouviu o ruído abafado mas constante de um chuveiro aberto.
Ao olhar de novo para a cama de Amelie, entreviu um brasão bordado em cores nítidas borrado em um quadro, nele havia a inscrição: Garuda.      
    Rosier teve de achar graça. Amelie escolhera bem. O luxo do velho mundo de guerras com vista para a floresta que liga os caminhos rumando até o santuário de Athena. Não havia lugar mais apropriado em todo o mundo.
Deitado ali, ouviu batidas e percebeu o que o acordara. Alguém estava batendo à porta. Agora com mais força. Confuso, Rosier levantou-se irrompendo ás pressas, porém, num semblante de total calmaria pós-penumbra mórbida e enquanto caminhou – Ninguém sabe que estamos aqui – pensou, meio inquieto. Vestiu uma veste bege com traços de farroupilha num tom de vermelho bordô e saiu do quarto para o vestíbulo na varanda. Parou um instante rente à pesada porta de carvalho e então a abriu.
Um homem alto e vigoroso vestido numa profusão rebuscada de amarelo e marrom olhou para ele.
Sou Nenavist, a estrela da mensagemdisse o homem. ─ Da guarda jurídica de Hades.
Rosier sabia muito bem quem ele era.
Como... como nos encontrou?
Vi quando saíram da praça ontem à noite. Eu os segui. Estou aliviado por ainda estarem aqui, milord.
Porque ainda me chamam assim?
    Rosier sentiu uma ansiedade repentina, cogitando se outros Kyotos teriam enviado Nenavist para escolta-lo juntamente com Amelie, de volta para o mundo dos mortos; porém havia um problema; Amelie não tinha essa possibilidade, porque ela estava viva e a pretensão teria de haver esta, sem mais guerra, sem mais mortes. Mas os dois eram os únicos que sabiam onde Athena estava e também o paradeiro de Hades, eram uma ameaça repentina para ambos os lados.
Sua Santidade incumbiu-me de dar isto á você, milord. ─ disse Nenavist, entregando-lhe um envelope lacrado com um sinete em forma cósmica do mundo dos mortos. Rosier abriu o envelope e leu o bilhete manuscrito.

Milord Rosier, a estrela celeste do heroísmo,
Embora seja meu profundo desejo solicitar sua presença conosco, imediatamente, nas próximas semanas, não posso de forma alguma ter a presunção de lhe pedir mais do que já concedeu à nosso reino. Todas as cabeças que você tirou, tantos inocentes e sangue derramado por suas mãos. Sendo assim, sem nada para pretender, recolho-me esperando que deixe seu coração pútrido o guie nessa questão. O mundo hoje parece um lugar pacífico e talvez as perguntas sejam mais relevantes que as respostas. Mas Hades está agindo, nosso exército está agindo, precisamos dominar o santuário, precisamos da sua maldade excêntrica do nosso lado, Rosier, ou você já esqueceu do que és?
Vosso discípulo e subordinado, Devon de Behemoth.


    Ele leu duas vezes o bilhete. O mundo dos mortos sem dúvidas escolhera um líder cheio de ambição e honra.
Antes que Rosier pudesse dizer qualquer coisa, Nenavist entregou-lhe um pequeno colar.
Em sinal do nosso agradecimento, e claro...cessou a fala por um ou dois segundos  nossa garantia de que teremos seu apoio. ─
    Rosier segurou o colar. Era pesado pra seu tamanho e suas bordas eram cordões entrelaçados num barbante que parecia ter um material metálico, entrelaçou os dedos e no colar havia uma imagem que não passava de alguns centímetros, os batimentos de seu coração parecera terem cessados igual o ar em seus pulmões.
Por decreto de Hadesdisse Nenavist¸esse colar é confiado à você, apenas para que pense em sua última vontade e opção para que o senhor estabeleça que ela possa voltar para o lugar de onde ela veio. Não a faça ficar muito tempo no mundo dos mortos, você sabe o que acontece com as pessoas lá, aliás, foi você quem impôs e decretou esse controle tão original e prudente. ─ sorriu e seus passos foram devagar enquanto seu corpo girava contra o caminho estreito de terra perto de uma mata fechada.

    Suas falas não saiam, seu ar estava travando e a raiva fora evidente á partir do momento em que Rosier cerrou os punhos contra o colar e correu até o chuveiro, que até então estava aberto; não havia nada lá além de vapor e espumas recém feitas pelo chão, voltou á olhar o colar e viu o retrato de Amelie nele, sua alma parecia ter sido arrancada de seu corpo de uma só vez.
Ame... amelie... ─ 


Continua...
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Mensagem por ADM Daënna Sex Abr 10, 2015 4:55 pm

Olha, vi que tem uma narração muito boa e bem lapidada... Erros não vi muitos até pleo fato de suas palavras encobrirem estas falhas. 

Recompensas : 
+700 XP  falta mais 300 para conseguir ir para o nível 2.
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